Estudo aponta, pela primeira vez, importância da glândula timo na gravidez

De acordo com a pesquisa, feita em ratos, glândula do sistema imunológico tem papel importante na prevenção de aborto espontâneo e diabetes gestacional

Estudo aponta, pela primeira vez, importância da glândula timo na gravidez (Foto: Mateus Campos Felipe/Unsplash)
Estudo aponta, pela primeira vez, importância da glândula timo na gravidez (Foto: Mateus Campos Felipe/Unsplash)

Um estudo publicado no último dia 23 de dezembro na revista Nature traz, pela primeira vez, evidências da importância da timo, uma glândula do sistema imunológico, para prevenir aborto espontâneo e diabetes em mulheres grávidas. 

Liderada por Josef Penninger, da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, a pesquisa descobriu que os hormônios sexuais femininos instruem mudanças importantes na timo para produzir células especializadas, as chamadas Treg, que lidam com as mudanças fisiológicas do corpo durante a gravidez.

Os pesquisadores também identificaram que o rank, um receptor expresso na timo, tem papel-chave contra problemas na gestação. “Sabíamos que o rank era expresso na timo, mas seu papel na gravidez era desconhecido”, disse Penninger, em nota.  

Os pesquisadores analisaram camundongos para estudar esse receptor e o que se observou é que a ausência do rank na glândula faz com que menos Treg sejam produzidas na placenta, aumentando o risco de aborto espontâneo.

Investigando o diabetes gestacional — condição que afeta aproximadamente 15% das mulheres grávidas em todo o mundo —, os pesquisadores notaram que, em gestações saudáveis, as células Treg migram para o tecido adiposo da mãe a fim de prevenir a inflamação e ajudar a controlar os níveis de glicose no corpo.

Mas, nos ratos sem a proteína rank da timo — e portanto com déficit de Treg na placenta —, os níveis de glicose e insulina no sangue foram mais altos. E esse efeito não se restringiu ao período da gravidez: os filhotes desses camundongos foram propensos a diabetes e excesso de peso durante toda a vida. 

Ao normalizar os níveis dessas células, os problemas de saúde nas mamães ratos e em seus filhotes foram revertidos. “A timo muda muito durante a gravidez e como essa reconfiguração de um tecido inteiro contribui para uma gravidez saudável tem sido um dos mistérios restantes da imunologia”, acrescenta Penninger. “Nosso trabalho ao longo de muitos anos não só resolveu este quebra-cabeça (os hormônios da gravidez religam a glândula via rank), mas também descobriu que a timo não apenas muda o sistema imunológico da mãe para não rejeitar o feto, mas também controla a saúde metabólica da gestante”.

FONTE: REVISTA GALILEU / GLOBO

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