Dependência já começa com três semanas de uso contínuo. Saiba como você pode se tratar sem eles.
“Foi muito difícil sair. Aquilo é igual droga”. Essa frase resume bem a luta da vendedora Joana para se livrar dos calmantes tarja preta. Em busca da cura da ansiedade, ela ficou 18 anos dependente desses remédios, que viciam como bebida alcoólica.
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A psiquiatra Ana Cardoso diz que o uso prolongado de calmantes aumenta o risco de Alzheimer
Conhecidos por tarja preta ou tarja vermelha, são medicamentos usados para diminuir a ansiedade e a tensão. Eles afetam áreas do cérebro que controlam o estado de alerta e relaxam os músculos.
“Eles têm ação parecida com a de bebidas alcoólicas: no começo, dão sensação de bem-estar, mas podem provocar dependência quando o uso é contínuo e superior a três semanas”, explica a psiquiatra Ana.
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Exatamente o que aconteceu com Joana, de 33 anos. “Comecei a tomar quando passei por uma separação tumultuada. O remédio me dava sono, tirava a tristeza e a ansiedade. Mas era um mundo mascarado, eu não vivia a realidade.”
O psiquiatra Daniel Frizzera faz uma comparação para explicar a ação desses remédios.
“A ansiedade é uma panela de água fervendo. O calmante funciona como jogar água fria na fervura. Diminui na hora, é automático. Por isso muita gente usa. Mas se você não apagar o fogo, vai esquentar de novo.”
E quando a panela volta a esquentar, a pessoa precisa de doses cada vez maiores da medicação para ter o mesmo efeito. E o pior: se tenta parar, o quadro de abstinência aparece.
“É semelhante ao que acontece na dependência do álcool. A pessoa tem ansiedade, insônia, agitação, irritabilidade, dor, tensão muscular, falta de concentração e queixas de memória”, diz a médica.
Essa fase foi o maior drama de Joana. “Quando o médico cortou o remédio de vez, fiquei cinco dias sem dormir. Pensei que fosse morrer”, admite.
Consequências
O uso prolongado dessas medicações pode causar, além da dependência, alterações no sono, levando a uma piora da insônia e à sonolência excessiva durante o dia. Também pode piorar a ansiedade e desencadear quadro de depressão, e prejudicar memória, atenção, concentração e raciocínio.
“A psiquiatra diminuiu as doses aos poucos. Mesmo assim, comia muito, tinha fraqueza nos braços, medo e chorava. Dirigindo, parecia que todos os carros vinham na minha direção. Foi um período muito difícil.”
A Virada na vida de Joana
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Hoje, mais de um ano sem a medicação, Joana conseguiu mudar de vida. “Nunca mais quero tomar esse remédio. A terapia com a psicóloga me ajudou muito e agora uso apenas medicamentos naturais. Mas tenho uma vida normal e verdadeira.”
De acordo com Ana Cardoso, já existem medicamentos naturais que auxiliam no tratamento da ansiedade da mesma forma que medicações controladas, porém sem o estrago dos efeitos colaterais.” diz a Dra.
Fonte: Bem Estar Vida