Um grupo de pesquisadores da Universidade de Lund publicou um estudo que sugere a eficácia de um tipo de exame de sangue que pode detectar o Mal de Alzheimer em até 20 anos antes do surgimento dos sintomas da doença. A pesquisa é liderada por Oskar Hansson e Sebastian Palmqvist e assinada por autores suecos, americanos, colombianos e alemães. O estudo se apresenta como ótimo sinal para a busca de uma possível cura do Alzheimer, pois abre uma nova janela para conter de maneira precoce a doença degenerativa que afeta mais de 1 milhão de brasileiros.
Hoje, o diagnóstico de Alzheimer é feito através de testes cognitivos, relatos de familiares e ressonância magnética. Com a descoberta, tratamentos de prevenção aos sintomas podem reduzir os impactos da doença e dar mais qualidade de vida para vítimas e familiares que têm de cuidar e conviver com os portadores da doença.
Com aumento da população idosa, a necessidade de pesquisa para o Alzheimer é crescente; a partir dos 65, risco de desenvolvimento da doença dobra a cada 5 anos
Segundo os pesquisadores, a detecção da proteína fosfo-tau217 pode ser um indicador direto do surgimento de Alzheimer. De acordo com os especialistas, altos índices da substância no sangue indicam que a doença pode surgir. O estudo diz que a precisão dos resultados é de 96%.
“Esse exame de sangue prediz com muita precisão quem tem a doença de Alzheimer no cérebro, incluindo pessoas que parecem normais. Não é uma cura, não é um tratamento, mas você não pode tratar a doença sem poder diagnosticá-la. E o diagnóstico preciso e de baixo custo é realmente emocionante, por isso é um avanço”, afirma o pesquisador da Universidade da Califórnia, Michael Weiner, ao The New York Times.
Para os pesquisadores, a descoberta pode ser um caminho para encontrar uma nova maneira de tratamentos alternativos para a doença. Com a transição da pirâmide etária da população mundial, estima-se que em 2050 mais de 60 milhões de pessoas sofram com o Alzheimer. Alguns pesquisadores acreditam que o estudo não teve diversidade regional e étnica e, por isso, ainda não é necessariamente conclusivo.
“Apenas dizer que você tem amilóide no cérebro por meio de uma PET hoje não indica que eles têm tau, e é por isso que não é um diagnóstico para a doença. Esse teste realmente abre a possibilidade de poder usar um exame de sangue na clínica para diagnosticar alguém mais definitivamente com Alzheimer. Incrível, não é? Quero dizer, há cinco anos, eu teria lhe dito que era ficção científica”, ponderou Maria Carrillo, diretora científica da Associação de Alzheimer, ao Zero Hora.
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