Iniciativa tem ajudado a melhorar sintomas deixados pela doença, principalmente a fadiga
Aos 82 anos e após superar um quadro clínico com 75% do pulmão comprometido, Raimundo de Andrade Lima deixou claro que a Covid-19 é mais um obstáculo que está sendo superado em sua vida. Foram 14 dias internado, sendo 11 deles na UTI do Hospital de Base (HB).
Atualmente, ele faz reabilitação no hospital. As fisioterapeutas se esforçam para devolver a vida de antes de Raimundo, que se dedicava à horta cultivada no quintal da casa e aos cuidados com a esposa, Raimunda Lima, 76 anos, com quem é casado há 56.
Resistência física
Durante as sessões de fisioterapia, Raimundo chama a atenção pela longevidade e resistência física, apesar de ter pressão alta, colesterol alto e diabetes. Sem dificuldade, ele caminha por vários minutos na esteira e depois faz exercícios com uso de pesos e outros aparelhos. “Não estou cansado ainda”, responde, ao ser questionado após cada atividade.
Morador de Ceilândia, o paciente conta que não suspeitava estar contaminado pelo coronavírus, até chegar ao hospital. “O médico disse que eu precisava ficar internado”, relata. “Tive que me apegar a Deus. Hoje estou em casa com a minha família. O atendimento aqui foi bom demais, tanto na internação quanto com as fisioterapeutas”.
O neto de Raimundo, Rodrigo Lima, 30 anos, lembra que a família passou momentos difíceis durante a internação: “Foi desesperador, porque ele nunca teve a necessidade de ficar internado, sempre foi forte. Minha avó ficou num estado bem crítico de tristeza”.
Atendimento
Podem ter acesso ao serviço os pacientes que foram atendidos no HB e apresentaram dispneia (cansaço) no período de recuperação. Eles recebem indicação após serem avaliados por médicos no ambulatório de pneumologia da unidade. “Os pacientes pós-Covid, dependendo do comprometimento pulmonar, podem apresentar dispneia e fadiga”, esclarece a fisioterapeuta Reyslane Magalhães.
Também integrante do quadro de fisioterapeutas do HB, Paula Marques, que atua na reabilitação cardiopulmonar, informa que os pacientes egressos do tratamento da Covid-19 têm acompanhamento desde que saem da internação.
“A reabilitação é composta por duas etapas, sendo a primeira o recondicionamento respiratório, que pode ser feita com a esteira ou bicicleta”, explica. “A segunda etapa é o fortalecimento muscular, feito com o auxílio de pesos e halteres.”
Fatores de recuperação
Ao chegar para a reabilitação, o paciente passa por aferição da pressão arterial, da oxigenação e da frequência cardíaca, indicadores que são acompanhados até encerrar cada sessão.
“O tempo de recuperação depende de cada paciente, mas, em média, são quatro semanas de tratamento”, conta Reyslane. “No caso do senhor Raimundo, ele estava com um pouco de dispneia mediante esforços, mas com esse condicionamento vai aumentar a qualidade de vida”.
Assim, o HB se aprimora em tratamento de Covid-19. “Estruturamos leitos de internação e de UTI para atender os pacientes com Covid-19 e, agora, estamos disponibilizando esse serviço que é fundamental para garantir a melhor recuperação possível para os pacientes que enfrentaram a doença e ficaram com essas sequelas”, resume o diretor-presidente do Instituto de Gestão Estratégica em Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), Sergio Costa.
FONTE: Agência Brasília com informações do Iges-DF