Internações em SP por doenças cardiovasculares e câncer caíram na pandemia

Estudo conduzido por brasileiros constatou redução no número de internações na capital paulista por essas e outras doenças não transmissíveis (DNTs) em junho de 2020

Imagem ilustrativa de leito de hospital (Foto: Pixabay/1662222)
Imagem ilustrativa de leito de hospital (Foto: Pixabay/1662222)

Em um estudo publicado nesta segunda-feira (8) no respeitado periódico Jama Network Open, pesquisadores brasileiros avaliaram o impacto da pandemia nas internações de pacientes por doenças não transmissíveis (DNTs) na cidade de São Paulo.

Entre as observações está que o número de internações por doenças cardiovasculares caiu 38% em junho de 2020 comparado a janeiro do mesmo ano. E não para por aí: no mesmo período, foram registradas quedas nas internações por doenças musculoesqueléticas (68%); condições metabólicas (44%); e câncer (35%).

Os autores coletaram dados sobre as internações por doenças cardiovasculares no Sistema de Informação Hospitalar do Sistema Único de Saúde (SUS). Já os números referentes às outras DNTs são da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID).

Ao todo, os experts analisaram informações dos meses de janeiro a junho dos anos de 2017 a 2020 para fazer mais comparações. Eles dizem que, nos três anos anteriores a 2020, o número de internações por todas as DNTs avaliadas foi estável.

Mas a pandemia mudou drasticamente esse cenário. O número de internações por doenças cardiovasculares caiu em 95% se considerados os meses de janeiro e junho de 2020 comparados ao mesmo período nos anos de 2017 a 2019.

A mesma queda ocorreu quando feita a comparação para internações por câncer (95%). No caso de doenças musculoesqueléticas e metabólicas, a diminuição de intervenções intra-hospitalares também foi de 95%.


Os resultados da pesquisa indicam que, durante a pandemia, há certa resistência das pessoas em serem internadas por outros problemas de saúde que não a Covid-19. “Medidas de distanciamento social e físico, e o medo de infecção por síndrome respiratória aguda grave por Sars-CoV-2, podem estar associados à redução [de internações]”, escrevem os autores.

Os pesquisadores temem que essa tendência de queda nas internações hospitalares possa estar associada a um aumento no número de óbitos e complicações devido à falta de acompanhamento médico. “Estudos futuros sobre a associação entre a pandemia de Covid-19 e mortes por DNTs são necessários”, recomendam os especialistas.

FONTE: REVISTA GALILEU

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