Pesquisadores desenvolveram equipamento que ajuda o pulmão a hiperventilar, estratégia que auxilia o fígado a eliminar excesso de bebidas alcoólicas em pacientes com intoxicação grave.
Por volta de 3 milhões de pessoas morrem todos os anos devido ao uso nocivo de álcool, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. O etanol afeta desde a função cerebral e a circulação e até o crescimento das unhas. Quando um certo nível de concentração de álcool no sangue é atingido, a intoxicação pode causar danos a órgãos e levar à morte.
Por isso, um grupo de especialistas da Rede Universitária de Saúde, do Canadá, desenvolveu um novo método eficaz para tratar a intoxicação por ingestão de grandes quantidades de bebida alcoólica. O estudo foi publicado na Scientific Reports nesta quinta-feira (12 de novembro).
Atualmente, os métodos existentes para tratar a intoxicação por álcool consistem na diálise (na qual o sangue é filtrado); no uso de oxigênio, fluidos intravenosos e assistência respiratória; e no tratamento de possíveis problemas cardíacos. Agora, os pesquisadores apresentaram um novo método simples e eficaz no tratamento para intoxicação alcoólica grave.
O método consiste em fazer com que os pulmões expirem o álcool. A equipe descobriu que, de fato, a hiperventilação eliminou o álcool três vezes mais rápido do que apenas pelo fígado. “Mas você não pode simplesmente hiperventilar, porque em um ou dois minutos você ficaria tonto e desmaiaria”, explica, em nota, Joseph Fisher, anestesiologista e líder do estudo.
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Por isso, o médico e sua equipe usaram um aparelho que permite ao paciente hiperventilar enquanto devolve a quantidade de dióxido de carbono necessária ao corpo para mantê-lo em níveis normais no sangue. O equipamento é pequeno e usa um sistema de válvula, alguns tubos de conexão, uma máscara e um pequeno tanque com dióxido de carbono comprimido.
“É um dispositivo muito básico e de baixa tecnologia que poderia ser feito em qualquer lugar do mundo: nem eletrônicos, nem computadores ou filtros são necessários. É quase inexplicável por que não tentamos isso décadas atrás”, diz Fisher.
FONTE: REVISTA GALILEU